quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Eu não sou inteligente, mas sei o que é o amor."Forrest










Forrest Gump - O Contador de Histórias

Forrest Gump é um homem muito especial. Considerado estúpido por todos que o conhecem, ele é na verdade apenas uma pessoa ingênua que vê o mundo por uma perspectiva diferente. Gump acidentalmente participa de alguns dos momentos mais importantes da história recente dos Estados Unidos - Guerra do Vietnã, Caso Wategate, entre outros - enquanto tenta ir atrás do grande amor de sua vida. Sua história é contada com drama e bom humor em iguais proporções, surpreendendo o espectador a cada cena.

A cena que mais gosto é aquela em que os meninos correm atrás do Forrest com bicicletas.
E achei na net uma mensagem super linda sobre o filme, que quero aqui compartilhar para quem ainda não conhece.Mas vale a pena assistir!!!


-Oi

  -Ontem eu vi de novo aquele filme que você gosta.

  -Qual, minha querida (como se não houvesse muitos filmes que a Vovó amava).

-Aquele daquele homem que é meio bobo e fica contando histórias no ponto de ônibus...

-Ah, sei ... Forrest Gump...

-Isso.

-E você gostou do filme

-Gostei, mas não entendi uma coisa...

-O que

  -Quando começa o filme, tem uma pena voando, que voa, voa, e cai no colo do Forrest Gump. Ele guarda "ela"no livro e começa a contar a história para um monte de gente.

-Exato.

-Então, no final, ele abre o livro e ela sai voando outra vez. Para que serve essa pena, heim, Vovó

-Bem, pituquinha, ele explica isso no final. Talvez você não tenha percebido.

-Acho que não.

-Forrest Gump não é uma pessoa igual às outras: ele tem uma inteligência limítrofe. Não fale que ele é meio bobo que isso é muito feio. Ele tem uma inteligência de uma criança de cinco anos, por isso tem dificuldade de entender as coisas como as outras pessoas. Ë um homem grande com a cabeça de uma criança, não é meio bobo ou retardado, tá bom

-Tá.

-Você quer saber por que a pena começa o filme voando até pousar no colo do Forrest Gump, e depois sai voando de novo, não é

-Isso.

  -Então..., no final do filme, ele conta que na sua vida houve duas pessoas que o influenciaram muito: uma foi a sua mãe, o outro, seu amigo que ele conheceu na guerra do Vietnã, que é o tenente Dan. A mãe ensinou para ele que ter uma deficiência não é desculpa para desistir da vida. Ela se recusou a colocá-lo em uma escola para deficientes, e sempre empurrou o filho para frente, sempre ensinou-o a não se conformar com as suas próprias limitações. Forrest foi para a escola, estudou, teve um problema na coluna que o obrigou a usar aquele aparelho horrível, você se lembra

-Lembro sim.


-Tem uma cena que a Vovó gosta demais nesse filme, que é aquela em que os meninos correm atrás dele com bicicletas.
Eles querem zoar com ele e até machucá-lo, e a sua amiguinha grita para o menino: Corra, Forrest, corra! E ele sai correndo, de aparelho e tudo, as bicicletas atrás dele e os meninos gritando..., à medida que ele corria, o aparelho vai caindo, pedaço por pedaço, e quanto mais ele se livrava do aparelho ortopédico, mais rápido ele conseguia correr, mais ele deslanchava, até conseguir chegar em casa, deixando para trás os seus perseguidores...

-Vó

-Oi

-Você está chorando

-Não, ..., não querida, é que a vovó esqueceu de pingar o colírio dela (falou isso enquanto enxugava furtivamente algumas lágrimas).

-Por que você gosta tanto dessa cena, Vovó

-Porque Vovó acha essa cena muito emocionante, muito alegórica.

-Alê o que

-Riu-se, gostosamente.

-Alegórica. Quer dizer que ela tem um significado maior do que está na tela.

-Qual o significado

-Na vida, a gente fica tentando endireitar tudo, minha querida, e às vezes temos que passar muito, muito medo para podermos nos livrar de nossos aparelhos, de nossas muletas. Forrest descobre que já está pronto, que pode correr como ninguém, como ninguém, e mais longe do que qualquer menino valentão e bobo que se acha grande coisa ...

-Olhou para a neta, que a olhava fixamente.

-Desculpe, querida, acho que me empolguei um pouco.

-Vó

-Oi

-É para isso que temos medo

-Acho que sim.

-Temos medo para tirar as muletas

-E os aparelhos. E ir para frente.

-Legal. Vó

-Fala.

-E a pena

-É mesmo, já ía me esquecendo... então, eu falei que a mãe de Forrest Gump o ensinou a nunca sentar sobre seus problemas, a nunca se intimidar com as suas dificuldades. Ela ensinou para ele que, na vida, Deus dá uma série de cartas para a gente jogar o jogo, e temos que aproveitar as nossas cartas do melhor jeito possível.

-E a pena

-Já vai, já vai... a outra pessoa importante na vida de Forrest Gump é seu amigo, tenente Dan. Juntos, eles foram para a guerra, tiveram um pesqueiro, montaram uma empresa e ficaram muito ricos. E o tenente Dan ensinou que na vida, a gente é como uma peninha levada pelo vento, de um lado para outro, e nunca tem como descobrir para onde vai o sopro de Deus..., nunca a gente sabe para que lado vai a pena.

-Fez um silêncio grave.

-Como assim

-Quando você crescer, vai perceber como nosso destino é caprichoso, meu bem. Um dia estamos aqui, outro dia estamos lá, como se tivesse um gozador assoprando a vida para lá e para cá, para lá e para cá.(Fez um movimento com a mão, simulando a pena indo e voltando. A menina acompanhou o movimento com os olhos).

-Quer dizer que a gente não sabe para onde vai essa pena

-Trouxe-a para mais perto.

- A gente não sabe... mas sabe, quando a gente chega na idade que chegou a Vovó aqui, podemos perceber os caminhos misteriosos que a pena toma no ar, até pousar, segura, no colo de Deus. Mas isso a gente só descobre depois de passar muito tempo tentando adivinhar: qual a direção do vento Qual a umidade relativa do ar Qual o peso da pena Como o Caos vai comandar a direção que a pena vai tomar

-Coçou a cabeça, em seu gesto característico.

-Vó

-Oi

-O que acontece quando a gente pára de tentar adivinhar para onde vai essa pena

-A gente se deixa levar pelo vento, minha querida.

-Quer dizer que você dá razão para a mãe e para o amigo do Forrest

-Olhou com uma agradável sensação de surpresa.

-Isso mesmo! Como você é esperta! Eu dou, mesmo, razão para os dois. A gente joga da melhor forma que puder, com o máximo de empenho, mas também respeita as linhas do vento. Gostou

-Gostei, gostei muito... sabe, Vó, é tão bom ter você... será que um dia esse vento vai te levar para longe de mim

Estremeceu ligeiramente.

-Não, meu bem... por mais longe que vão nossas penas, nosso coração vai estar sempre perto um do outro, tá bom

-Tá bom.

-Ficaram num silêncio de fim de conversa.

-Eu vou brincar um pouco, tá

-Isso, vai brincar de Forrest Gump.

-Vou correr até cansar.

-Isso. Vai mesmo.

-Mal conseguiu disfarçar a voz embargada de lágrimas.





3 comentários:

  1. Olá Elis, venho agradecer as palavras de carinho e encontro esse post lindo, tbm adorei esse filme e assisti a tanto tempo...me deu até vontade de assistir de novo!
    Querida obrigada pela solidariedade, se vc já passou por isso sabe o quanto é doloroso! Mas afinal só Deus é quem sabe os porquês né?!

    Mas pra animar um pouquinho tem uma brincadeira lá no meu blog que tal participar?
    Bjks!!

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  2. Eu assisti esse filme em diferentes fases de minha vida e sempre percebo,alguma coisa ,que na vez anterior não tinha percebido...linda cronica...
    bjss
    meu cachixó

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  3. O prazer é meu em ter vc como acompanhante....
    Obrigada Elis
    bjjss

    meu cachixó

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